JUSTIÇA, JUSTIÇA PERSEGUIRÁS
semana leremos em nossas sagradas escrituras sobre um versículo muito conhecido: “Justiça, justiça perseguirás, para que vivas e herdes a terra que o Eterno, Teu D’s, te deu”. (Deut. 16:20) Um versículo e uma Parashá que nos convida a refletir, não somente sobre nossas ações e como devemos nos comportar, mas que nos orienta sobre como deveria ser a conduta dos nossos juízes e dirigentes, que, acima de tudo, deveriam “ser justos e praticar a justiça imparcialmente”.
Claro que não deveríamos nos assombrar com esta afirmação, já que no dia-a-dia podemos observar esta falta de consciência e, em distintas partes do mundo, é cada vez mais evidente a falta de compreensão, igualitarismo e, obviamente, de justiça. Certamente, muitos nos perguntamos o porquê, sendo tão simples poder escutar as pessoas e, assim, poder atuar com igualdade e julgar de acordo ao que diz a lei. Porém, parece que o simples nem sempre funciona para todos.
Ao que parece, esta situação não começou agora, já que nossos sábios, de bendita memória, também preocupavam-se com o comportamento de funcionários e juízes. Nossos Chachamim perguntavam-se o porquê da necessidade da palavra “Justiça” aparecer duas vezes seguidas no versículo. Eles descobriram que a repetição implica a paixão do povo em uma terra justa. A Torá, com este versículo, deixa-nos uma mensagem que é fundamental para a vida de todo ser humano, a qual indica-nos que devemos viver de acordo com as leis, as quais são impostas por funcionários e juízes que pensem no bem estar da sociedade como um todo, e não em si próprio, somada a formulação de normas igualitárias para todos os habitantes deste maravilhoso planeta.
Obviamente que não é fácil conseguir que as pessoas comportem-se justamente, mas também não é impossível. Há quem afirme que se todas as pessoas seguirem o caminho da justiça e das boas ações, a consequência seria um mundo diferente, na qual a paz e a igualdade entre os homens seriam os pilares que sustentam o mundo, e não o ódio e a especulação de quanto posso fazer para elevar meu próprio ego, afetando quem certamente está esperando por justiça e imparcialidade.
Queira D’s que neste Shabat Kodesh, começo do mês da Tshuvá e introspecção, possamos incorporar em nossa reflexão estes ensinamentos que nos deixa a Parashat Shoftim, e que nunca deixemos de sonhar com um mundo mais justo e igualitário onde a Paz entre os homens não seja um desejo difícil de alcançar, mas sim um fato que desfrutamos neste belo mundo.
Shabat Shalom Umevorach
Rabino Ari Oliszewski